Percepção dos alunos de medicina veterinária sobre o uso de animais em aulas práticas

Carla Rodenbusch; Victor Antunes   Mattos; Laura Lopes   de Almeida

doi:10.36812/pag.2020261263-272

Carla Rodenbusch Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS https://orcid.org/0000-0003-0911-5966
Victor Antunes Mattos Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS https://orcid.org/0000-0003-4730-0361
Laura Lopes de Almeida Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS

DOI: https://doi.org/10.36812/pag.2020261263-272

Palavras-chave: Ensino superior, Experimentação Animal, Modelos experimentais, Práticas veterinárias

Resumo

Resumo: A percepção dos alunos de medicina veterinária sobre o uso de animais em aulas práticas foi analisada através da aplicação de um questionário com perguntas objetivas e discursivas. O objetivo deste trabalho não foi julgar o uso de animais, mas entender como os estudantes percebem essa prática. Participaram do estudo 130 estudantes de 16 instituições de ensino superior (IES), abrangendo seis estados brasileiros e o Distrito Federal. A maioria era do sexo feminino (80 %) e tinha entre 18 e 27 anos de idade (87 %). A maioria (80,7 %) dos estudantes relatou que os professores não perguntam, antes da aula, se há alguma objeção em participar de aulas práticas com animais, e a minoria dos estudantes (16,2 %) relatou que se recusaria a participar de aulas práticas com animais vivos. Quanto à contribuição dos animais nas aulas prática, 81,5 % dos alunos acreditam que os animais são indispensáveis em aulas práticas sendo estatisticamente maior nas IES públicas, e 76,9 % dos estudantes acham que o estudante não pode ser bem preparado sem utilizar animais vivos, também sendo estatisticamente maior nas IES públicas. Manequins e bonecos foram os métodos alternativos mais citados. A porcentagem de estudantes que acredita que os métodos alternativos são eficazes para o aprendizado é estatisticamente maior nas IES privadas, assim como a porcentagem de estudantes que gostariam que fossem aplicados métodos alternativos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDRADE, R. et al. Análise da percepção dos alunos do IFPI e UFPI, quanto a importância de animais vivos no ensino superior. In: IV CONGRESSO DE PESQUISA E INOVAÇÃO DA REDE NORTE E NORDESTE DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA, 2009, Belém. Anais... Belém, 2009.

BALLS, M. Replacing Animal Use in Education and Training. Alternatives to Laboratory Animals, v. 46, p. 107-108, 2018. DOI: https://doi.org/10.1177/026119291804600303

CDC (Center for Disease Control) 2020. Epi Info Tools. Disponível em: <https://www.cdc.gov/epiinfo/index.html. Acesso em: 29/07/2020.

DALY, S. C. et al. A Subjective Assessment of Medical Student Perceptions on Animal Models in Medica Education. Journal of Surgical Education, v. 71, n. 1, p. 61-64, 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jsurg.2013.06.017

DANIELSKI, J. C. R.; BARROS, D. M.; CARVALHO, F. A. H. Uso de animais pelo ensino e pela pesquisa: prós e contras. Revista Eletrônica de Comunicação Informação e Inovação em Saúde, v. 5, n.1, p. 72-85, 2011. DOI: https://doi.org/10.3395/reciis.v5i1.397pt

DINIZ,R. Animais em aulas práticas: podemos substituí-los com a mesma qualidade de ensino? Revista Brasileira de Educação Médica, v. 30,n. 2, p. 31-41, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-55022006000200005

FEIJÓ, A. G. S.et al. Análise de indicadores éticos do uso de animais na investigação científica e no ensino em uma amostra universitária da Área da Saúde e das Ciências Biológicas. Scientia Medica, v. 18, n. 1, p. 10-19, 2008.

GALGARO, M. P.; LUNA, S. PL.; OUTEDA, N. C. Uso de Animais em Aulas Práticas de Medicina Veterinária: Inquéritos Qualitativos e Quantitativos. Revista CFMV, v. 62, p. 60-67, 2014.

GREIF, S. Alternativas ao uso de animais vivos na educação – pela ciência responsável. Instituto Nina Rosa, São Paulo, 2003. 168 p.

MALLIA, C.; LOGAN, P.; FREIRE, R. Exploring the Use of Alternatives to Animals in Undergraduate Education in Australia. Alternatives to Laboratory Animals, v. 46, p. 145-176, 2018. DOI: https://doi.org/10.1177/026119291804600307

PATRONEK, G. J.; RAUCH, A. Systematic review of comparative studies examining alternatives to the harmful use of animals in biomedical education. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 230, n. 1, p. 37-43, 2007. DOI: https://doi.org/10.2460/javma.230.1.37

PEREIRA FILHO, S. A. V. Uso de animais em aulas práticas: perfil e percepção dos acadêmicos do curso de medicina veterinária da UFAC. Enciclopédia Biosfera, v. 10, n. 19, p. 1821–1831, 2014.

SANTOS, R. Experimentação animal em sala de aula. Ciência e Cultura, v. 68, n. 2, p. 12-13, 2016. DOI: https://doi.org/10.21800/2317-66602016000200006

SMEAK, D. D. Ethical surgical training for students of veterinary medicine. In. JUKES, N.; CHIUIA, M. From Guinea Pig to Computer Mouse: Alternative Methods for Progressive, Humane Education. 2 ed. Leicester, UK: InterNICHE, 2003. p. 117-124.

TRÉZ, T. A. A caracterização do uso de animais no ensino a partir da percepção de estudantes de ciências biológicas e da saúde. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 22, p. 863-880, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-59702015000300012

ZANETTI, M. B. F. Uso experimental de animais como instrumento didático nas práticas de ensino no curso de medicina veterinária. IX CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2009, Curitiba. Anais... Curitiba: PUCPR, 2009. p.1569-1582.