Qualidade de sementes salvas de trigo na região das Missões – RS

  • Guilherme Masarro Araujo Universidade Federal de Santa Maria
  • Sidinei Zwick Radons Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Mariana Poll Moraes Universidade Federal de Santa Maria https://orcid.org/0000-0001-7546-7025
  • Lana Bruna de Oliveira Engers Universidade Federal da Fronteira Sul https://orcid.org/0000-0002-0426-6602
Palavras-chave: Triticum aestivum. Vigor. Germinação. Armazenamento.

Resumo

A prática de salvar sementes significa que parte dos grãos colhidos permanece na propriedade e serve como propágulo para a próxima safra. Essa atividade é protegida por lei e muito realizada em lavouras de trigo na região das Missões - RS. Porém, produtores da região pouco tem conhecimento em relação à qualidade destas sementes utilizadas nas propriedades. Ainda, devido a manejos inadequados durante o armazenamento, podem ocorrer perdas de qualidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de sementes salvas da região das Missões - RS, antes e após a operação de armazenamento realizado pelos agricultores. Amostras de sementes foram coletadas em dois momentos, em pós-colheita (antes do armazenamento) e em pré-semeadura (pósarmazenamento), nos mesmos lotes. Os valores médios de germinação satisfatórios, ficaram acima de 80 %, não diferindo após o período de armazenamento, havendo variabilidade entre os lotes. Quando as sementes foram submetidas ao envelhecimento acelerado, o percentual de germinação ficou abaixo de 50 % e através da análise de massa seca e fresca pode-se identificar diminuição do vigor, bem como o aumento da umidade das sementes após o período de armazenamento. Conclui-se que sementes salvas de trigo na região das Missões - RS possuem germinação satisfatória, mas com limitações de vigor, especialmente após o processo de armazenamento, afetando a qualidade dos lotes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRASEM. Instrução Normativa n° 45, de 17 de setembro de 2013. Publicação: D.O.U do dia 20/09/13, Seção 1. Disponível em: http://www.abrasem.com.br/wp-content/uploads/2012/10/Instru%C3%A7%C3%A3o-Normativa-n%C2%BA-45-de-17-de-Setembro-de-2013-Padr%C3%B5es-de-Identidade-e-Qualiidade-Prod-e-Comerc-de-Sementes-Grandes-Culturas-Republica%C3%A7%C3%A3o-DOU-20.09.13.pdf Acesso em: 09/02/2019.

AMARO, H. T. R. et al. Testes de vigor para avaliação da qualidade fisiológica de sementes de feijoeiro. Revista de ciências Agrárias. v. 38, n. 3, p. 383-389, 2015.

ANDREOLI, C. et al. Influência da germinação da semente e da densidade de semeadura no estabelecimento do estande e na produtividade de milho. Revista brasileira de sementes, v. 24, n. 2, p. 1-5, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-31222002000200001

BELLÉ, C. et al. Qualidade fisiológica e sanitária de sementes salvas de soja da região norte do Rio Grande do Sul. Revista Agrarian, v. 9, n. 31, p. 1-10, 2016.

BISOGNIN, M. B. et al. Desempenho fisiológico de sementes olerícolas em diferentes tempos de hidrocondicionamento. Revista de ciências Agrárias, v. 39, n. 3, p. 349-359, 2016. DOI: https://doi.org/10.19084/RCA15163

BRASIL. LEI N°10.711, DE 5 DE AGOSTO DE 2003 Diário Oficial da União Brasília, Distrito Federal, 6 agos.2003. Seção 1, p.1.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 38, 30 nov. 2010. Regulamento técnico do trigo. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, Distrito Federal, 01 dez. 2010, Seção 1, n. 229, p. 2.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa MAPA nº 45, 17 set. 2013. Padrões de identidade e qualidade para a produção e a comercialização de sementes. Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 18 set. 2013, Seção 1, n. 183, p. 6.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa MAPA nº 9, 02 jun. 2005. Normas para a produção, comercialização e utilização de sementes. Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 10 jun. 2005, Seção 1, p. 4.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2009) - Regras para análise de sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília, DF: MAPA/ACS, 395 p. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/ file/2946_regras_analise__sementes.pdf. Acesso em: 14/01/2019.

CARVALHO, T. C. et al. Comparação da qualidade fisiológica de sementes de soja convencional e de sua deriva transgênica. Revista brasileira de sementes, v. 33, n. 4, p. 616-625, 2012.

CONAB. Série histórica das safras. 2019. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/serie-historica-das-safras. Acesso em: 22/02/2019.

FANAN, S. Avaliação do vigor de sementes de trigo pelos testes de envelhecimento acelerado e de frio. Revista Brasileira de Sementes, v. 28, n. 2, p. 152-158, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-31222006000200021

FAO. Faostat Statistical databases. Rome, Italy: Food and Agriculture Organization of the United Nations. Disponível em:http://www.fao.org/faostat. Acesso em: 07/02/2019.

FERREIRA, D. F. Sisvar: A computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n. 6, p. 1039-1042, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-70542011000600001

GUTKOSKI, L. C. et al. Efeito do período de maturação de grãos nas propriedades físicas e reológicas de trigo. Ciência Tecnologia Alimentar, v. 28, n. 4, p.888-894, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-20612008000400019

IBGE, Produção Agrícola Municipal. Rio de Janeiro: IBGE, 2014. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=766. Acesso em: 12 abr. 2016.

MACHADO, C. et al. Avaliação da qualidade fisiológica e sanitária de sementes de trigo. Revista Ciências Agroveterinárias e Alimentos, n. 2, p. 1-7, 2017.

MANUTEC. Manual do usuário. 2015. Disponível em: https://docplayer.com.br/9545745-Manual-de-operacao-determinador-de-umidade-universal.html. Acesso em: 28 abr. 2016.

MATTIONI, N. M.; SCHUCH, L. O.; VILLELA, F. A. Variabilidade espacial da produtividade e da qualidade das sementes de soja em um campo de produção. Revista brasileira de sementes, v. 33, n. 4, p. 611-618, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-31222011000400002

MELO, D. et al. Qualidade de sementes de soja convencional e roundup ready (RR), produzida para consumo próprio e comercial. Revista Ciência Agrárias, v. 39, n. 2, p. 300-309, 2016. DOI: https://doi.org/10.19084/RCA15072

MOREANO, T. B. et al. Physical and physiological qualities of soybean seed as affected by processing and handling. Journal of Seed Science, v. 35, n. 4, p. 466-477, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S2317-15372013000400008

NAKAGAWA, J. et al. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, v. 1, p. 20-31, 1999.

ORMOND, A. T. et al. Analise das características físicas de sementes de trigo. Enciclopédia Biosfera, v. 9, n. 17, p.108-114, 2013.

PARAGINSKI, Ricardo T. et al. Qualidade de grãos de milho armazenados em diferentes temperaturas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental-Agriambi, v. 19, n. 4, p.358-363, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1807-1929/agriambi.v19n4p358-363

PESKE, S. T. Sistema de Sementes: Caso Francês. Reportagem de capa do mês jul/ago 2014 - Ano XVIII - N.4 – SeedNews, 2014. Disponível em: https://seednews.com.br/edicoes/artigo/184-sistema-de-sementes-edicao-julho-2014. Acesso em: 20/02/2019.

RAMPIM, L. et al. Qualidade fisiológica e sanitária de sementes de soja comercial e salva. Scientia Agraria Paranaensis, v. 15, n. 4, p. 476-486, 2016. DOI: https://doi.org/10.18188/1983-1471/sap.v15n4p476-486

SCARIOT, M. A. Qualidade de sementes de trigo colhidas com diferentes teores de água e armazenadas em sistema convencional e hermético. Dissertação (Mestrado, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim – Rio Grande do Sul, 2017.

SILVA, F. S. et al. Viabilidade do armazenamento de sementes em diferentes embalagens para pequenas propriedades rurais. Revista de Ciências Agro-Ambientais, v. 8, n. 1, p. 45-56, 2010.

SMANIOTTO, T. A. S. et al. Qualidade fisiológica das sementes de soja armazenadas em diferentes condições. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18, n. 4, p. 446-453, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-43662014000400013

TAVARES, L. C. et al. Estratégia de marketing na área de sementes. Arquivos do Instituto Biológico, v. 32, n. 1, p. 1-9, 2016.

TOZZO, A. G.; PESKE, T. Qualidade fisiológica de sementes de soja comerciais e de sementes salvas. Revista Brasileira de Sementes, v. 30, n. 2, p. 12-18, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-31222008000200002

ZUCHI, J. Qualidade de sementes de soja resfriadas artificialmente e armazenadas. Tese (Doutorado), Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – Minas Gerais, 2009.

Publicado
2019-10-01
Como Citar
ARAUJO, G. M.; RADONS, S. Z.; MORAES, M. P.; ENGERS, L. B. DE O. Qualidade de sementes salvas de trigo na região das Missões – RS. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v. 25, n. 1/2, p. 94-104, 1 out. 2019.