Rizóbios em sistemas de rotação de arroz irrigado com leguminosas forrageiras hibernais
Resumo
Em áreas de várzeas cultivadas, onde o solo é inundado, os rizóbios adaptados ao estresse hídrico podem formar nódulos em leguminosas hibernais, fixar nitrogênio, e até mesmo colonizar plantas de espécies não-legumi- nosas, como gramíneas. Estudos recentes têm mostrado que os rizóbios podem colonizar raízes, caules e folhas de arroz, promovendo o crescimento da planta. A produção de fito-hormônios, principalmente ácido indol acético (AIA), é, possivelmente, o principal mecanismo de promoção de crescimento de arroz por rizóbios. Em várzeas, esses mi- crorganismos podem ser grandes aliados na integração da lavoura de arroz, com o cultivo de leguminosas forrageiras. No cenário orizícola gaúcho, boa parte dos produtores utiliza as áreas de arroz no período de inverno com gado, ou aproveitando a resteva do arroz, ou cultivando azevém, às vezes em consórcio com alguma leguminosa. Neste contexto, durante o inverno, os rizóbios fixariam nitrogênio em simbiose com a leguminosa, promovendo o cresci- mento do pasto, e no verão colonizariam o arroz, estimulando seu crescimento e aumentando o rendimento de grãos. O objetivo desta revisão é relatar estudos que evidenciam a relação dos rizóbios com outras famílias botânicas, como as gramíneas, por diferentes mecanismos de promoção de crescimento, e que em sistemas agrícolas de rotação entre leguminosas e não-leguminosas como o que ocorre em várzeas no Rio Grande do Sul, é possível formar reservatórios de rizóbios no solo, que, por seus diferentes mecanismos de promoção de crescimento de plantas, beneficiem todos os sistemas produtivos desta integração.
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